Litro da gasolina deve voltar a custar próximo de R$ 6 no Estado
Gasolina vendida em MS variou de R$ 4,59 a R$ 5,69 na semana passada - Gerson Oliveira
Após cinco meses custando menos de R$ 5, o litro da gasolina voltará a encostar na casa dos R$ 6. Com o reajuste de 7,5% nas refinarias da Petrobras, que passa a vigorar a partir de hoje, o combustível ficará até R$ 0,23 mais caro em Mato Grosso do Sul.
Atualmente, de acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina varia entre R$ 4,59 e R$ 5,69 no Estado – média de R$ 4,79. O menor valor é encontrado em Campo Grande, e o maior, na cidade de Três Lagoas. Com o aumento, o preço passará a variar entre R$ 4,82 e R$ 5,92.
Se considerarmos um carro popular com um tanque de combustível com capacidade para 50 litros, o condutor gastava entre R$ 229,50 e R$ 284,50 para abastecer no Estado.
A partir do reajuste, o mesmo consumidor vai gastar entre R$ 241 e R$ 296 para abastecer o mesmo veículo.
O diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, informou que “o reajuste deve ficar entre R$ 0,18 e R$ 0,23 por litro em Mato Grosso do Sul”.
Ele ainda destacou que o mercado é livre para precificar o combustível. “O mercado é totalmente livre, tanto para postos quanto para distribuidoras”.
Considerando a mesma estimativa, os preços praticados em Campo Grande, que na última semana variaram entre R$ 4,59 e R$ 4,89, podem passar a variar entre R$ 4,82 e R$ 5,12.
Conforme reportagem publicada no Correio do Estado na edição de 15 de dezembro de 2022, o movimento de queda não acontece na mesma velocidade em que as altas chegam aos consumidores.
Na primeira semana de dezembro de 2022, a Petrobras anunciou redução de 6,1% no preço da gasolina e de 8,2% no preço do diesel. Nas bombas, a queda foi de apenas 2% pouco mais de uma semana após o anúncio da queda.
REAJUSTE
Ontem, a Petrobras anunciou que elevaria em 7,5% o preço da gasolina para as distribuidoras na suas refinarias a partir desta quarta-feira. O litro do combustível comercializado nas refinarias passa de R$ 3,08 para R$ 3,31, um aumento de R$ 0,23, informou a estatal.
Este é o primeiro aumento do combustível no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Petrobras estava há 50 dias sem alterar o preço da gasolina.
Conforme informação do Estadão, o anúncio acontece dois dias antes da reunião do conselho de administração da estatal, que deve eleger o senador Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência da companhia.
O último reajuste havia sido uma redução de 6,11%, no dia 7 de dezembro do ano passado.
Segundo a estatal, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos de combustíveis, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 2,42 a cada litro vendido na bomba.
“Esse aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, informou a estatal, em nota.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem da gasolina da Petrobras em relação ao mercado internacional atingiu 15% nesta segunda-feira, “sendo possível um aumento de R$ 0,55 por litro, mais do que o dobro do reajuste anunciado pela estatal”.
Nas primeiras semanas deste ano, os consumidores já começaram a pagar mais pelos litros do óleo diesel, da gasolina e do etanol em Campo Grande.
De acordo com reportagem publicada no dia 9 de janeiro pelo Correio do Estado, houve aumento do custo da gasolina nas refinarias e distribuidoras, por causa da alta do etanol, segundo o Sinpetro-MS.
Além disso, “houve um reajuste na pauta do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] de 2% na gasolina, 7% no etanol e 48% no diesel. Este reajuste foi autorizado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária e calculado pelo preço médio ponderado de cada combustível”, explicou Lazarotto na época.
SÚZAN BENITES